A análise sensorial desempenha um papel crucial no estudo de como as preferências e expectativas alimentares são moldadas. A aplicação estratégica da análise sensorial pode melhorar a compreensão de como os consumidores percebem alimentos mais sustentáveis e, identificar os fatores que devem ser modificados para aumentar a aceitação destes produtos.

As contribuições da análise sensorial e da ciência do consumidor para o desenvolvimento sustentável podem ser vistas de dois pontos de vista: o de um cenário otimista, contribuindo para alcançar o desenvolvimento sustentável, ou de um cenário pessimista, no qual teríamos o enfrentamento das drásticas mudanças climáticas, dos efeitos negativos de longo prazo do uso excessivo de recursos e da desigualdade social .

Para contemplar estes dois cenários, as empresas precisarão focar nas seis transformações que podem contribuir com o desenvolvimento sustentável (Aschemann-Witzel et al., 2019):

 

  1. Promoção de uma mudança dietética para alimentos e dietas mais sustentáveis;
  2. Aumento da diversidade alimentar;
  3. Redução do desperdício de alimentos;
  4. Aumento da circularidade do sistema alimentar;
  5. Valorização e priorização do bem-estar relacionado a alimentação;
  6. Enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas. 

O desenvolvimento sustentável é definido pela ONU como “o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras, de satisfazer suas próprias necessidades”.

Embora seja crescente a parcela de consumidores conscientes do impacto de suas escolhas para o desenvolvimento sustentável, a mudança de comportamento envolve sentimentos contraditórios. Ao mesmo tempo em que os consumidores querem contribuir para o desenvolvimento sustentável, eles também querem boas experiências hedônicas.

Pesquisadores da área de ciência sensorial e do consumidor aplicam a análise sensorial para obter informações sobre a percepção dos consumidores quanto aos produtos “sustentáveis”. Confira na imagem abaixo os principais fluxos de pesquisa nesta área.

 

Em estudos realizados com produtos orgânicos e com claims de sustentabilidade, os consumidores normalmente têm uma expectativa sensorial positiva do produto, mesmo quando na análise sensorial com teste cego a percepção real não corresponde às expectativas, isso é chamado de  “efeito halo”. 

Sabendo que as expectativas influenciam na experiência sensorial, alguns pesquisadores sugerem que a aceitação desses produtos pode ser melhorada com o aumento da conscientização do consumidor sobre a importância dos produtos orgânicos e sustentáveis, além de melhorar a qualidade sensorial destes produtos.

A redução do consumo de carnes e laticínios é uma das principais apostas para melhorar a sustentabilidade. O consumo de alimentos à base de insetos, a carne cultivada e os “plant based” têm sido apresentados como alternativas, no entanto, a sua introdução na dieta esbarra em questões como a neofobia alimentar e o sentimento de nojo.

Nestes casos, a expectativa é de rejeição do produto e a alternativa para melhorar a aceitação destes produtos seria melhorar a familiaridade fornecendo informações e fazendo com que os consumidores experimentem o produto para que suas expectativas negativas possam ser desconfirmadas.

Tudo isto demanda um planejamento de longo prazo e a Sensory Design pode ser sua parceira rumo ao desenvolvimento sustentável. Agende um horário e venha conversar com a nossa equipe.  

A Sensory Design possui expertise em análise sensorial discriminativa e descritiva, estudos de shelf life sensorial, substanciação de claim sensorial e pesquisa sensorial e de neurociência com consumidores.

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Por Dra. Elaine Berges

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REFERÊNCIAS: 

Jéssica Aschemann-Witzel et al. A sense of sustainability? – How sensory consumer science can contribute to sustainable development of the food sector.

Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tifs.2019.02.021