A arquitetura sensorial pode ser definida como a arte de projetar para todos os sentidos.

Descobri o conceito de arquitetura sensorial por acaso ao assistir a um programa de decoração. Fiquei curiosa para saber mais e decidi pesquisar sobre o assunto que une dois temas que amo: Sensorial e Design.

Segundo a arquiteta Juliana Neves, a arquitetura pensada para todos os sentidos é capaz de promover a conexão entre o ser humano e o ambiente construído, fazendo com que os impactos causados sejam positivos, proporcionando bem-estar físico e também psicológico.

Muito mais do que apenas ser um ambiente bonito e harmônico, funcional ou prático,  o objetivo da arquitetura sensorial é permitir que a pessoa tenha boas sensações nesse ambiente. 

Um exemplo disso é a sensação de calma que as cores claras como azul ou rosa podem proporcionar. Outro exemplo é a sensação de bem-estar percebida ao  visualizarmos a natureza através de uma janela. 

Melhor ainda, se essa visão for complementada com estímulos aos outros órgãos do sentido como o cheiro das plantas, o toque do piso de grama com o vento no rosto e o som dos pássaros. 

Infelizmente esse é um privilégio para poucos, quando a maioria da população vive nas cidades. Então a arquitetura sensorial veio para projetar estes espaços e proporcionar experiências sensoriais que tragam a sensação de bem-estar e criem memórias positivas.

Nem sempre é possível proporcionar essas experiências de forma natural, mas é possível recriá-las através de imagens, sons, texturas e aromatização dos ambientes.

Muitos edifícios comerciais utilizam esse conceito para transmitir e gerar emoções, especialmente algumas lojas, hotéis e museus modernos. 

Antigamente a construção de moradias era pensada apenas do ponto de vista econômico, sem considerar que ali vivem seres humanos que são impactados de forma positiva ou negativa por esse espaço de vivência.

Esse tema ganhou importância nos últimos anos, mas foi acelerado com a pandemia. 

Com as pessoas passando mais tempo em casa, o bem-estar nesse ambiente passou a ser uma prioridade para muitos e uma grande oportunidade de mercado para quem souber aproveitá-la.

O bem estar sensorial já foi tema de uma grande feira de utilidades domésticas em Hong Kong. De acordo com o WGSN©,  uma importante empresa que estuda tendências e comportamentos futuros, a  busca  por bem-estar  no ambiente doméstico é crescente.

Com essa vida cada dia mais estressante, projetar espaços da casa destinados ao relaxamento mental é uma das tendências. A união entre alta tecnologia e produtos orgânicos também irá refletir na arquitetura.

Projetos com decorações minimalistas e feitas com materiais de textura ásperas ou porosas e cores com tons terrosos complementam a percepção de algo mais “in natura”. Isso também se reflete nos materiais com fibras naturais e a combinação de metal e madeira. O uso de luzes e cores também já é utilizado para impactar o humor.

As experiências sensoriais promovidas pela arquitetura sensorial são capazes de transformar a existência cotidiana com simples estímulos que podem ampliar nossa sensação de bem-estar. Essa é a magia da arquitetura sensorial.

Qual a sensação que você quer para sua casa? Aconchego, calor, alegria, relaxamento, euforia? 

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Por Dra. Elaine Berges

REFERÊNCIAS:

Coelho, Juliana. Arquitetura sensorial: o relacionamento dos sentidos humanos com as construções arquitetônicas. Disponível em:https://repositorio.ufjf.br/jspui/bitstream/ufjf/6358/3/julianalourencocoelho.pdf

Neves, Juliana. Arquitetura sensorial. Rio de Janeiro: Mauad. 2017. 188p.

Bem-estar sensorial está no topo das tendências de consumo para casa em 2020. Revista Consumidor Moderno. Disponível em: https://www.consumidormoderno.com.br/2019/11/26/bem-estar-sensorial-tendenciascasa-2020/